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Empresário prevê vida longa à construção civil

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Responsável pelas obras dos três shoppings da cidade, Porto diz que mercado movimenta R$ 30 bi por ano

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“Numa cidade moderna como São José, o problema não é você tentar equacionar crescimento e sustentabilidade. Você é obrigado a equacionar. Existe uma legislação específica para isso. A sustentabilidade não é uma opção”

SÉRGIO MONTEIRO PORTO

EMPRESÁRIO DA CONSTRUÇÃO CIVIL

“Sou da opinião que a grande discussão sobre a Lei do Zoneamento não é das entidades, sim da população e poder público. Não sou favorável ao lobby”

IDEM

“As discussões sobre a Lei de Zoneamento são democráticas. A construção civil é criativa e de vanguarda. Eu garanto que num primeiro momento vai ser uma chiadeira, mas ela se adapta”

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em oferta

Pesquisa aponta
redução de estoque

Pesquisa da Aconvap com aproximadamente 120 empresas do setor imobiliário de São José mostrou uma redução de 19,94% no estoque de apartamentos novos no segundo semestre do ano passado. Para 2014 a previsão é que sejam entregues 57 empreendimentos, com o total de 6.167 unidades. São José precisa de 73 mil habitações até 2030.

ESPECIAL PARA O VALE

Para se manter na vanguarda do mercado da construção civil em São José, o empresário Sérgio Porto conta que teve que ‘reinventar’ seu mix de serviços e modernizar a estrutura da Sergio Porto Engenharia, que hoje contabiliza mais de um milhão de metros quadrados construídos no país. Há quase 36 anos no setor, o empresário diz que o boom imobiliário na cidade –que movimenta cerca de R$ 30 bilhões por ano– vai se manter por longo tempo. Leia a seguir os principais trechos da entrevista.
Engenharia civil sempre foi a sua vocação?
Não. A primeira opção era engenharia química, mas como não havia o curso em São José optei pelo de engenharia civil, que era bem concorrido. Entrei na faculdade em 1967 e naquela época existiam poucas do gênero no país.
Quais os episódios mais difíceis nestes 35 anos?
Os planos econômicos, principalmente o Plano Collor. Eu tinha na época mais de mil funcionários e o governo me deixou com R$ 40 mil na conta. Como superei, sinceramente, não sei. É um setor cheio de altos e baixos. Só se constrói se há investimento. Se o PIB cresce 2%, a construção cresce 4%, 5%. Se cai 1%, a construção desaba, chega a -8%.
O que existe do seu trabalho no urbanismo de São José?
Alguns trabalhos. Fizemos um prédio belíssimo e que é uma referência na cidade, o edifício Nacional, na avenida José Longo. Depois o edifício Vip Center, o primeiro com elevador panorâmico de vidro do Brasil, e o Market Center, um dos poucos edifícios com ponto de heliporto homologado no interior de São Paulo. Foram contribuições importantes na década de 70. Construímos depois o Urbanova e os três shoppings de São José (CenterVale, ValeSul e Colinas).
Qual a fatia da sua construtora no mercado regional?
É muito difícil responder isso e nem pretendo ter, sinceramente, uma preocupação quantitativa. Os empreendimentos da Sergio Porto hoje somam mais de um milhão de metros quadrados construídos e estão entre os maiores do Estado.
Muitas obras implicam em alto investimento. Qual o custo operacional?
Não falo em valores, mas procuramos manter o custo das operações em torno de 10% do faturamento, que é o custo de uma construtora sadia.
O senhor possui um mix de serviços diversificado. Quais as inovações?
Há uma tendência entre as construtoras em atuar ou nos mercados imobiliário, industrial ou no de loteamento. Nós reiventamos alguns conceitos, principalmente em atendimento, prazo e qualidade para fidelizar. Utilizo um mix único para empreedimentos imobiliários, loteamentos, obras comerciais e indústrias. Se algum setor entrar em crise, há um equilíbrio.
Quanto movimenta por ano o mercado da construção civil na cidade?
O último balanço indica que o mercado imobiliário da cidade movimenta cerca de R$ 30 bilhões por ano. O PIB da construção de São José é seguramente de R$ 50 milhões. Estamos entre as 25 maiores cidades do país.
O boom imobiliário em São José era algo que se podia prever?
Sim. São José possui localização geográfica privilegiada e uma ótima topografia. O que também nos dava a ideia que o mercado se manteria aquecido foram as inaugurações da GM, CTA e da Embraer. O crescimento será ainda maior nos próximos anos, mesmo tendo passado por uma fase que, politicamente, não foi a melhor escolha na minha opinião.
Participações de construtoras e empreiteiras em campanhas políticas têm sido frequentes. O senhor já apoiou algum partido?
Não, mas infelizmente isso é um ônus para diversos setores. Eu fui presidente do Sinduscon durante quatro anos e sempre defendi o financiamento público de campanhas, por entender que era o mais viável e econômico para o país. É mais democrático, moderno e menos corrupto.
Projeções apontam que o mercado de imóveis na cidade pode entrar em colapso em alguns anos. É real?
Eu acho que existe algumas similaridades grandes entre os economistas que fazem essas projeções e as ciganas que lêem a sorte. Por sorte 98% das previsões não se concretizam. Não existe estagnação. Temos um déficit habitacional de 10 milhões de moradias e o Brasil ainda tem uma carreira de 6 milhões de habitações a fazer.
Equacionar desenvolvimento com questões atuais como meio ambiente e qualidade de vida é o desafio?
Numa cidade moderna como São José o problema não é tentar equacionar, você é obrigado a equacionar. Existe uma legislação específica para isso. A sustentabilidade não é uma opção é uma obrigação.
A nova Lei de Zoneamento ‘engessa’ o crescimento do mercado?
A construção civil é extremamente criativa e de vanguarda. Eu garanto que num primeiro momento vai ser uma chiadeira, mas ela se adapta. Vai ocupar áreas permitidas. O pessoal fala, fala, mas vai parar nos vetores que indicam onde a cidade vai crescer.
Prós e contras da verticalização?
A discussão tem que existir. Ela é democrática e dificílima porque a diversidade do pensamento humano é surpreendente e o poder público tem que ter a capacidade de aglutinar as ideias em prol da maioria. Sou da opinião que a grande discussão da Lei do Zoneamento não é das entidades, sim da população e da prefeitura. Não sou a favor de lobbies.
O senhor acredita na ‘bolha imobiliária’ de São José?
O mercado na região é extremamente sólido e cauteloso. Nos Estados Unidos chegou-se a financiar 150% do valor da avaliação. A grande diferença do mercado brasileiro é que só se financia, como teto 90%. As avaliações do valor do imóvel são rigorosíssimas e a avaliação cadastral do comprador também. O que pode ter é um outro fenômeno, que é a superavaliação, o que não acontece nem em São José e nem no Vale do Paraíba. Mas isso não é bolha. Você não tem um desarranjo na economia da construção. O que você tem é uma perda para o investidor.
ponto futuro
PIB do setor
deve crescer 2,8%
O PIB da construção civil brasileira deve crescer 2,8% em 2014, se o PIB do país se elevar em 2% como previsto. Já o emprego formal deverá ter alta de 1,5%, enquanto a produção de materiais aumentará 3,6% e a taxa de investimento deverá ficar em 19,8% do PIB. As projeções são do SindusCon, Sindicato da Indústria da Construção Civil de SP).


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